Quantas horas por dia você passa de pé? Prepare-se para ouvir a pergunta de seu médico, se é que ela já não foi feita. Cada vez mais comum nos consultórios, das mais variadas especialidades, a singela indagação tem sido utilizada pelos profissionais como nova e promissora ferramenta de diagnóstico e tratamento.
As modernas linhas de pesquisa na área da fisiologia têm relevado que o esforço natural do corpo para manter-se ereto faz bem à silhueta, previne doenças, melhora o desempenho intelectual e a memória. O mais recente estudo sobre o assunto, publicado na revista científica American Journal of Preventive Medicine, revelou o impacto de pequenos movimentos feitos em pé na diminuição do risco de mortalidade.
Os conhecimentos sobre os proveitos de gestos tão discretos têm se aprofundado a passos largos. Em junho, a revista científica British Journal of Sports Medicine publicou um estudo que ditava o tempo ideal para manter-se em pé em prol da saúde: duas horas por dia. Isso representa, ao longo de nove horas de trabalho, apenas treze minutos por horas.
O ato de ficar de pé, e por tão pouco tempo, é suficiente para beneficiar várias estruturas do corpo. A tensão muscular necessária para manter corpo ereto, em equilíbrio, facilita a absorção da glicose pelas células dos músculos com menor mediação de insulina, poupando o trabalho do pâncreas. Aumento o consumo de oxigênio celular, melhorando o desempenho cardiovascular, por exemplo. Depois de duas horas, o corpo ereto queima 20% mais calorias em comparação ao sentado, independentemente de tempo ser corrido ou fracionado.
Na cola das descobertas médicas, surgem os primeiros recursos para estimular a postura ereta na rotina diária. O Apple Watch, o relógio da Apple, lançado em abril deste ano, tem um sistema para contabilizar o tempo que o usuário permanece em pé. A ferramenta emite um alarme que avisa quando se está prestes a permanecer sentado por uma hora.
Portanto, não somos bípedes à toa. A evolução é a prova irrefutável de que, embora o ser humano moderno queira – e goste de – conforto, ficar de pé por alguns minutos tem um impacto extraordinário na sua sobrevivência.
Fonte: Revista Veja
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