10 práticas perigosas que são realizadas no sexo e as pessoas não sabem do risco

Conforme mostram dados coletados pelo Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, 73% de 2 mil homens entre os 15 e os 25 anos fazem sexo sem se preocupar com métodos contraceptivos ou que previnam a transmissão de doenças.

Esse cenário por si só já é preocupante, mas ignorar o preservativo não é a única prática sexual que, além de popular, também é perigosa.

A ginecologista Caroline Melo Magnani, da clínica Mais Excelência Médica, afirma que muitas pessoas têm hábitos que podem colocar tanto a própria saúde quanto a saúde do parceiro ou parceira em risco – e o pior: a maioria delas nem sabe que está correndo este risco.

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Segundo ela, isso acontece tanto por falta de informação quanto pelo fato de que, muitas vezes, as pessoas subestimam as possíveis consequências desses hábitos. Confira dez práticas sexuais perigosas e o que fazer para torná-las adequadas:

Práticas sexuais que podem ser prejudiciais à saúde

Sexo na água

Transar na banheira, na piscina ou até no mar é algo que desperta curiosidade em muita gente, e, recentemente, até a atriz Marina Ruy Barbosa e a influenciadora Rafaella Santos, irmã de Neymar, confessaram já ter feito sexo na água. Essa prática, porém, pode trazer riscos à saúde, especialmente para a mulher.

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Conforme explica a ginecologista e obstetra Poliani Prizmic, do Hospital e Maternidade Rede D’Or São Luiz, a penetração bombeia água para o canal vaginal, podendo passar pelo colo do útero e chegar às trompas, provocando inflamação e dor após a relação. Segundo ela, o mesmo vale para a penetração anal, já que a água pode gerar problemas se chegar ao intestino.

Além dessas questões, ela também cita possíveis alergias pelo possível contato do canal com cloro ou bactérias do ambiente, possíveis lesões causadas pela pressão da água e até riscos de o preservativo sair durante a relação.

Incluir alimentos no sexo

De acordo com Caroline, brincar com brigadeiro, leite condensado e outros alimentos durante as preliminares não é exatamente uma prática proibida – desde que acompanhada do uso de preservativos para evitar possíveis infecções nas áreas íntimas. O grande risco está justamente no contato destes ingredientes com a mucosa da vagina, que pode ter reações.

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Ela ainda acrescenta que, se a ideia é se divertir com sabores e cheiros diferentes, há outras opções. “Vale lembrar que existem produtos no mercado que possuem sabores e essências que simulam alimentos e podem proporcionar experiências prazerosas ao casal”, afirma, se referindo a lubrificantes íntimos, géis de massagem comestíveis, camisinhas saborizadas e outros cosméticos como esses.

Lavar a camisinha e reutilizá-la

Por mais absurdo que possa parecer, o órgão de saúde norte-americano CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) chegou a emitir um alerta para que as pessoas parem de “reciclar” preservativos.

Nós dizemos isso porque as pessoas fazem: Não lavem ou reutilizem camisinhas. Usem uma nova a cada ato sexual”.

De acordo com Carolina, a camisinha é total e completamente descartável, e reutilizá-la faz com que ela perca toda a eficácia, já que é impossível torná-la estéril novamente.

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Além de a prática deixar o casal suscetível a doenças por não ser mais funcional, há ainda outra característica da camisinha que fica prejudicada pela água: a lubrificação. Sendo assim, é possível que o sexo com um preservativo reutilizado seja desconfortável e até resulte em pequenas lesões causadas pelo atrito.

Abrir a embalagem do preservativo com a boca

Este hábito é comum e até retratado por filmes, séries e novelas, mas, apesar de ser algo aparentemente inofensivo, rasgar a embalagem da camisinha com os dentes pode danificá-la e prejudicar sua eficácia.

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“Com os dentes, o preservativo pode rasgar, inutilizando o mesmo e tornando o sexo desprotegido”, afirma Carolina, realçando que o mesmo vale para o hábito de abrir com tesouras. O mais indicado é usar as mãos e rasgar o pacote na área indicada.

Usar dois preservativos ao mesmo tempo

Por falta de informações a respeito, é relativamente comum a ideia de que usar duas camisinhas ao mesmo tempo significa proteção dupla, mas o que acontece é o contrário. De acordo com Caroline, o atrito criado entre o látex dos dois preservativos pode fazer com que eles rasguem, deixando o casal desprotegido.

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É importante lembrar que isso não é válido apenas para o uso de duas camisinhas masculinas no pênis, mas também para a combinação de uma camisinha masculina e uma feminina. “Sempre recomenda-se escolher apenas um e usá-lo com segurança”, explica a ginecologista.

Coito interrompido

Parte das pessoas que não usam camisinha o fazem porque a mulher faz uso de algum outro método contraceptivo que previne a gravidez – algo que deixa ambos expostos a DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), mas parte também recorre a outra “técnica” nada segura: o coito interrompido.

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O método consiste em interromper a penetração antes de o homem ejacular e, apesar de não causar grandes riscos à saúde – a não ser pelos já conhecidos do sexo desprotegido -, esta prática deixa o casal suscetível à gravidez indesejada mesmo sem saber.

Segundo Caroline, o método é arriscado por diversos motivos. Conforme explica a ginecologista, qualquer quantidade de sêmen – mesmo que pequena – contém espermatozoides, e isso significa que, se o homem não for completamente preciso na hora de interromper a penetração, a fecundação é possível.

Uma gravidez indesejada, porém, não é a única possível consequência, já que o coito interrompido também deixa o casal desprotegido contra doenças.

Usar a mesma camisinha para o sexo anal e vaginal

Mesmo que a preguiça seja grande, não é indicado usar o mesmo preservativo em duas práticas sexuais diferentes, especialmente entre o sexo anal e vaginal ou entre o anal e o oral.

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“Pequenas bactérias que colonizam o trato intestinal podem trazer contaminações e infecções”, explica a médica, reforçando que, entre uma prática e outra, o mais indicado é abrir um novo preservativo para não arriscar.

Assoprar a vagina durante o sexo oral

De acordo com a sexóloga clínica norte-americana Lindsey Doe, assoprar a vagina durante a prática do sexo oral, apesar de inusitado e não muito frequente, pode ser perigoso para a mulher.

Em seu canal no YouTube, o “Sexplanations”, a especialista fez um vídeo a respeito disso, em que explica que o ar soprado dentro da vagina pode, dependendo da posição em que o casal está, ficar preso lá. Se o ar chegar à corrente sanguínea, ele pode gerar bolhas e ocasionar uma embolia gasosa, podendo até levar à morte.

Fazer sexo oral sem proteção (tanto no homem quanto na mulher)

Como é comum que as pessoas usem a camisinha apenas como método contraceptivo, sem pensar na possibilidade de transmissão de doenças, é bastante frequente que elas ignorem ainda mais o uso do preservativo durante a prática do sexo oral.

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De acordo com Caroline, porém, isso pode ser perigoso para o casal. “Não é adequado, pois a boca pode ter pequenos machucados internos e, através deles, podem penetrar bactérias, fungos e vírus”, explica a ginecologista.

Aqui, é importante lembrar que é necessário usar algum tipo de proteção até para fazer sexo oral em mulheres, pois a possibilidade de contaminação também existe nessa situação. Nesse caso, há algumas opções:

  • Camisinha feminina

O preservativo para mulheres é frequentemente ignorado ou desconhecido por elas, mas seu uso pode ser bastante positivo. Isso porque, além de ser tão eficaz quanto a camisinha masculina, parte dela fica para o lado de fora da vagina e cobre a área da vulva, tornando a prática do oral segura.

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Como ela é lubrificada, uma ideia para usá-la no sexo oral é lavar o preservativo com água para remover o excesso de gosto da substância. Se o casal for emendar o sexo oral na penetração, porém, o melhor é trocar de preservativo e usar um que esteja devidamente lubrificado.

  • Plástico filme

O plástico transparente que normalmente é usado na cozinha para embalar alimentos também pode ser usado como barreira durante o sexo oral praticado na mulher. Basta cortar um pedaço grande dele e cobrir a região da vulva com ele.

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FENG YU/SHUTTERSTOCK

Usar lubrificantes “alternativos”

Na falta de um produto industrializado para melhorar a lubrificação na hora do sexo, não é raro que as pessoas usem o que têm à mão – e isso vai desde cremes hidratantes para o corpo e vaselina até saliva. Carolina, porém, afirma que isso não é o mais indicado.

“Qualquer outro tipo de lubrificante que não seja para uso sexual não deve ser utilizado pelo risco de danificar a camisinha ou até mesmo provocar uma alergia em quem utilizar”, explica a ginecologista.

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WHITE BEAR STUDIO/SHUTTERSTOCK

Segundo a médica, a melhor opção é ter sempre um produto industrializado e, de preferência, à base de água, já que eles são mais seguros e não interagem com o látex dos preservativos. “Atenção com a data de validade”, alerta.

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